A comunidade hip-hop, especialmente a do breaking, podem comemorar. O deputado federal Raimundo Santos (PSD-PA) teve o seu projeto de lei n⁰ 5991/2023 aprovado no dia 7 de maio na Comissão de Cultura (CCULT), que cria o Dia Nacional do Breaking.
Em reunião deliberativa da CCULT, presidida pelo deputado Aliel Machado (PV-PR), a proposta do congressista paraense, que já havia recebido voto favorável do relator Douglas Viegas (União-SP), fixa a data anual de 18 de novembro para Dia Nacional do Breaking.
A data escolhida faz referência ao primeiro dos dois dias seguidos em que o Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD) realizou, em 2022, o primeiro Campeonato Brasileiro de Breaking no bairro da Lapa, em São Paulo, iniciando a fase de ranqueamento nacional às Olimpíadas da França, que ocorrerão no período de 26 de julho a 11 de agosto em Paris.
Em sua manifestação, além de agradecer sustentação do voto do colega Douglas Viegas, o deputado Raimundo Santos afirmou que o seu projeto é uma homenagem à juventude que pratica a modalidade olímpica no País, mudando a própria realidade de vulnerabilidade social.
Leia o pronunciamento abaixo, na íntegra.
“Senhor presidente, ilustres pares, quero inicialmente agradecer ao relator, deputado Douglas Viegas, que proferiu um voto substancioso, brilhante, e nada teria a acrescentar.
Mas, senhor presidente, apenas dar alguns destaques, eu lá, no Estado do Pará, quando deputado estadual, entrei com projeto semelhante, assim como projeto de bolsa-atleta para a juventude que pratica o breaking, uma dança que se popularizou a partir da década de ’80, como muito bem frisou o relator, e que no início, senhor presidente, sofreu preconceito, violências, até de autoridades policiais, que não compreenderam, não tinham a dimensão do breaking, interpretavam-no como um movimento de banditismo, movimento aí de violência. Mas, pouco a pouco, o breaking, por meio dos encontros, das festas, competições, dos campeonatos, realmente caiu na graça do povo brasileiro, como de todo o mundo, e como muito bem mencionou o relator, já foi levado à estatura do esporte olímpico: 2020, por uma decisão do Comitê Olímpico Internacional.
E o Brasil, ele tem tem realmente os b-boys e b-girls, como são chamados os atletas, de melhor estirpe, de excelente performance, pela criatividade, como destacou o relator, pela autoestima, pelo próprio gingado, a facilidade como os jovens brasileiros têm para a dança, para qualquer tipo de arte, e o breaking tem sido importante, inclusive, para resgatar jovens da influência do mundo das drogas, e para gerar renda, e eu pude ouvir depoimentos em audiência pública, tanto lá no meu Estado quando o projeto estava ainda em discussão, que depois foi aprovado, como aqui mesmo na Comissão de Cultura; ouvimos, em audiência pública, vários representantes de breaking de vários Estados brasileiros, e depoimentos, testemunhos, histórias exitosas de vida que mostram que o breaking, na verdade, tem sido importante para a população, um instrumento importante de inclusão social, instrumento pedagógico que tem resgatado vidas, e tem dado, como muitos dão testemunho, uma esperança, um novo horizonte para tantos jovens, para tantos brasileiros.
Portanto, eu agradeço mais uma vez ao nosso relator, Douglas Viegas, pelo brilhante voto, substancioso voto, que apresentou, e agradeço já, antecipadamente a esta Comissão, que, creio, que irá aprovar o projeto que tive a honra de apresentar em homenagem a todos os jovens brasileiros que praticam o breaking, e, diga-se de passagem, nós temos no Pará, membros da equipe olímpica, e temos no Brasil pessoas, muitos que estão já se preparando para as próximas Olimpíadas, futuras, tal o interesse pelo breaking. Então obrigado, senhor presidente!”.