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Moção do deputado Raimundo Santos solicita parcelamento de contas e suspensão de corte em igrejas pela Equatorial Energia

Igrejas deverão ter suspenso o corte de energia e o parcelamento de contas vencidas e a vencer pela Equatorial Energia, atendendo uma solicitação feita pelo deputado Raimundo Santos, tanto por ofício como por Moção já aprovada pela Assembleia Legislativa.

O Pedido do ouvidor-geral da Alepa, Raimundo Santos, recomenda escalonamento de débitos e manutenção do fornecimento de energia elétrica a denominações religiosas do Estado em dificuldades enquanto durar a pandemia (SUBTÍTULO SUGERIDO)
Após conseguir com o governador o reconhecimento das atividades sociais e o atendimento à população pelas igrejas e denominações religiosas em geral como essenciais, o deputado Raimundo Santos (Patriota) enviou no dia 18 passado ofício à Equatorial Energia Pará, ex-Celpa, solicitando condições especiais para o segmento não ficar sem energia elétrica e ainda ter o parcelamento de débitos em atraso. Ele alegou que há grandes dificuldades na manutenção dos espaços, muitos alugados, e o pagamento em dia das contas de luz, água, telefone, entre outras despesas. A concessionária está sinalizando positivo, com a possibilidade do entendimento entre as partes ser anunciado ainda hoje (20).

Em resumo, o parlamentar, que é o ouvidor-geral da Assembleia Legislativa (Alepa), pede “a suspensão do corte do fornecimento de energia elétrica a entidades religiosas, enquanto durar a vedação dos cultos presenciais por força do Ato Normativo governamental como medida de combate à pandemia da Covid-19”, bem como “o parcelamento das faturas de consumo dos meses de março, abril e maio de 2020 em 36 meses, devendo a primeira parcela ser incluída no faturamento do mês de junho/2020. Caso o impedimento de cultos se prolongue por mais meses, a partir de junho/2020, o parcelamento incluirá, também, esses meses, pelo que a primeira parcela somente será cobrada na fatura do mês no qual ocorra o efetivo restabelecimento das reuniões e cultos presenciais”.

A resposta ao ofício 46/2020 enviado por Raimundo Santos ao presidente da concessionária no Estado, Marcos Antônio Souza de Almeida, foi a seguinte em menos de 24 horas: “Acusamos o recebimento do pleito de Vossa Excelência, o qual será devidamente conduzido pelo Dr. Álvaro Bressan [assessor da presidência] e o nosso Diretor Comercial, Sérgio Oliveira, de modo encontrar a melhor negociação entre as partes”.

A definição poderá ocorrer nessa quarta-feira em reunião por videoconferência com a participação do deputado, que apresentou ontem (19) a moção 285/2020 à Alepa, solicitando que o Parlamento estadual, como representante do povo, encaminhe documento da mesma natureza e com igual propósito à empresa, devendo ser preparado e encaminhado após a sessão remota de hoje.

Leia a entrevista exclusiva a seguir com Raimundo Santos:  

RedePará – Qual é a situação das igrejas em geral com a grave realidade sanitária que enfrentamos?
Raimundo Santos – As Igrejas, em geral, têm sido grandes colaboradoras no combate à propagação do novo coronavírus, não apenas cumprindo as determinações de realizar os cultos apenas de modo remoto, como ajudando na orientação de seus fiéis a seguirem e divulgarem para outrem as regras de higiene, o uso de máscaras e o distanciamento social. Mesmo com a expressiva queda de arrecadação das contribuições dos fiéis, as igrejas continuam a fazer pela fé um trabalho social altamente proveitoso distribuindo cestas básicas, álcool em gel e máscaras, além de, pelo uso da tecnologia, estarem propagando mensagens de fé e esperança para miríades de pessoas. Tanto é que, mesmo com as limitações momentâneas, é certo que nunca se ouviu tanto antes as pregações e os louvores a Deus como nesse período de pandemia, tudo pelas plataformas digitais, pelo rádio e pela televisão, como é o caso da rede Boas Novas da Assembleia de Deus, igreja mais que centenária conduzida pelo pastor Samuel Câmara.

RedePará – Qual a queda percentual de arrecadação?
RS – A perda de arrecadação é muito grande, conforme a estrutura tecnológica e o tamanho da igreja em número de membros, havendo casos de perda de até 80% entre a coleta de ofertas e dízimos.

RedePará – Há risco de fechamento de unidades ou já é um fato?
RS – Não se fala em fechamento de igrejas porque elas são uma obra de fé e logo voltarão a prosperar e crescer muito mais do que antes, porque a humanidade está sentindo como nunca um vazio na alma que só pode ser preenchido pela presença de Deus.

RedePará – Líderes religiosos de várias denominações têm procurado o senhor e a própria Assembleia Legislativa em busca de uma solução ao acúmulo de débitos para a manutenção dos estabelecimentos?
RS – Sim, muitos líderes das mais diversas denominações, sabedores da minha origem evangélica, têm me procurado com a intercessão nesse sentido, considerando que a conta de energia elétrica é a mais onerosa de todas e, mesmo os cultos estando paralisados presencialmente, as contas continuam fluindo e os débitos, de muitas, estão só acumulando.

RedePará – Em sua moção, o senhor pede o parcelamento das faturas acumuladas no período de março a maio em 36 meses. Por que exatamente esse prazo?
RS – O prazo de 36 meses leva em conta o fato de, tão logo sejam restabelecidas as reuniões presenciais, as entidades religiosas terão que arcar com os custos das faturas mensais e mais uma parcela dos meses vencidos, o que vai elevar a conta de energia no momento em que as igrejas estarão começando o soerguimento de sua arrecadação para fazer face aos seus custos mensais, inclusive na área social, e sofrendo ainda fortemente as consequências financeiras do grandioso enfraquecimento da economia, com reflexos em todos os segmentos da sociedade. Portanto, um prazo de parcelamento menor vai encarecer as contas mensais, dificultando a respectiva quitação de forma tempestiva.

RedePará – O presidente da Equatorial Energia Pará, Marcos Antônio Souza de Almeida respondeu ao seu ofício dando esperança. O que o senhor espera da concessionária?
RS – O presidente da empresa foi muito solícito e, na sua atenciosa resposta ao meu ofício, já antecipou que o assunto seria tratado, de imediato, pela sua diretoria, e que teria um deslinde favorável no sentido de que haveria o atendimento do pleito, mediante um estudo prévio por videoconferência na qual eu participarei, ainda nesta quarta-feira com membros da diretoria da Equatorial, visaremos um equacionamento que seja o melhor possível para as partes, ou seja, a Equatorial Energia Pará e as igrejas.

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