O deputado Raimundo Santos (PSD) presidiu na segunda-feira, 27 de junho, sessão solene em homenagem aos 40 anos da regulamentação da profissão de Fonoaudiologia no Brasil, prestigiada por alguns dos maiores especialistas do Norte do País, onde está baseada a 9ª Região do Conselho Regional de Fonoaudiologia (chamado no meio de Crefono 9). Na solenidade, requerida por ele e aprovada de forma unânime em plenário, foi destacada a importância da especialidade e lembrado o Dia do Fonoaudiólogo. O parlamentar considera que o Poder Legislativo estadual fez justo resgate público à marca histórica e um tributo aos profissionais.
“O aniversário de 40 anos de regulamentação do curso de Fonoaudiologia foi em dezembro do ano passado, mas nossa agenda ficou represada por motivos de prevenção ainda relacionados à pandemia da Covid-19. Hoje, com muita honra, estamos realizando essa sessão para fazer essa homenagem”, explicou. De acordo com ele, a Fonoaudiologia teve atuação fundamental na pandemia do Estado, contribuindo para a dignidade de pacientes na reabilitação clínica e recuperação de movimentos simples do dia a dia, como tomar água e na alimentação. Com equipe multidisciplinar, conforme destacou, os pacientes puderam ter a “devolução da sua capacidade nutricional, própria, sem o auxílio de outras pessoas ou de aparelhos”.
Ele ainda considerou: “É muito importante, quando se fala em dignidade da pessoa humana, a gente poder pensar que ela precisa daquilo que está na Constituição Federal, no artigo 6º, de alimentação, da saúde, da assistência social ou precisa daqueles direitos mais específicos, artigo 5º, da dignidade, direito à expressão. É dignidade também, muito mais íntima de cada pessoa, de estar falando corretamente, conseguir expressar o seu pensamento, estar se alimentando sem o apoio de outrem. Então o papel do fonoaudiólogo, da fonoaudióloga, o trabalho da ciência, é exatamente para que as pessoas tenham dignidade na comunicação. O papel do fonoaudiólogo vai ao encontro dessa dignidade. E restaurar a dignidade de quem perdeu a capacidade da comunicação”.
Para o parlamentar, é preciso que o profissional desse campo específico do segmento da saúde seja observado com maior atenção e valorizado.
“É preciso que haja essa dignidade não apenas para nós, pacientes, mas para os profissionais, os fonoaudiólogos. Reconheço as limitações no mercado de trabalho. Porque hoje o fonoaudiólogo não está apenas no hospital ou no consultório, ele está em toda a parte, e contemplando todas as faixas etárias. É a indústria que precisa, é o comércio, onde tem gente! O papel de profissional é fundamental. Lamentavelmente, a valorização profissional ainda está muito em descompasso com a importância que representa a atuação do fonoaudiólogo para a população. Então o Conselho [CFFa] imprime, empreende toda a fiscalização e uma luta para que o profissional seja valorizado. Como homem público, integrante desta Casta, quero me colocar sempre à disposição para que aqui no Estado do Pará e no Brasil todo tenhamos esse resgate, o reconhecimento da valorização profissional. Quem ganha e ganhará sempre é a população”, declarou.
A dra. Neyla Lara Arroyo Mourão, que falou da tribuna em nome de sete profissionais homenageados na cerimônia na Alepa com a outorga de honrarias, ponderou que a Fonoaudiologia é “uma profissão muito nova”: “É ainda um bebê, mas cresceu muito. Hoje estamos com uma atuação plena”.
‘CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA’
O dr. Nelson Furtado Santos, vice-presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia 9ª Região, fez o seguinte pronunciamento na mesa oficial: “É com muita honra e felicidade que, em nome do Conselho Regional de Fonoaudiologia da 9ª Região, eu, Nelson Furtado, juntamente com a Dra. Lucia Sakai, delegada do Crefono 9, representada pela Dra. Isabella Guedes, fiscal do Crefono 9, subsede Belém, saúdo a todos os presentes nessa cerimônia em celebração aos 40 anos do Conselho e regulamentação da profissão. Em especial, saúdo aos professores, coordenadores [do curso] das instituições: professora Thaís Oliveira, da Escola Superior da Amazônia – Esamaz; professora Elaine Gemaque, da Universidade da Amazônia – Unama; professor Gionovaldo Freire, da Universidade Estadual do Pará – Uepa; e, claro, do ilustríssimo deputado estadual Raimundo Santos, que, com muito incentivo, viabilizou esse momento tão importante para a Fonoaudiologia paraense. Ressalto também que no decorrer destes 40 anos, tivemos inúmero profissionais que imprimiram seus conhecimentos, trilharam novos caminhos, incentivaram outros colegas, apostaram na importância da profissão. E, assim, construíram a nossa história com muita ética, dedicação e respeito”.
UNIÃO E FORTALECIMENTO
A dra. Isabella Guedes, fiscal do Crefono 9, fez o pronunciamento a seguir, pedindo união da classe: “Agradeço imensamente ao convite para estar aqui comemorando os 40 anos da nossa profissão. É uma honra enorme compor a mesa representando a subsede do Conselho e ter minhas mestras da graduação presentes. Tenho 12 anos de Fonoaudiologia, atuei em linguagem, fono escolar, voz, áudio e a minha grande paixão, a disfagia. Redescobri-me como fiscal. É bem desafiador e ao mesmo tempo satisfatório quando, mais do que fiscalizar – até porque não é só a palavra no conceito literal –, e sim ser capaz de orientar e ajudar os profissionais e até mesmo a própria sociedade. Faço um apelo para que nossa classe precisa se unir, precisamos juntar forças para querer sempre o melhor em prol da Fonoaudiologia. Vamos continuar lutando por melhores condições, oportunidades, dignidade e reconhecimento sempre. Tenho muito amor por essa profissão, e só desejo que ela cresça a cada dia mais, com o valor, respeito, autonomia, estima e prestígio que merece. Mais uma vez, estou aqui para nos unirmos, fortalecermos e levar a Fonoaudiologia até onde for possível – e impossível – chegar”.
CAUSA NOBRE E EMOÇÃO
A manifestação da dra. Elaine Cristina Gemaque de Matos Paiva, representante do curso de Fonoaudiologia da Universidade da Amazônia (Unama), emocionou a plateia, composta a maioria por especialistas. Na ocasião, ela disse estar vivenciando “um imenso mar de emoção”, e que a Fonoaudiologia proporciona “tantas habilidades e competências” Fez também alusão a professoras que iniciaram e contribuíram para consolidar a atividade, cada uma com especificidades. Ela citou como referências autoridades na área Márcia Salomão, Socorro Machado, Neyla Mourão e Francisca Araújo.
A especialista citou a instituição da qual faz parte como “desbravadora”, ao oferecer o curso de graduação em Fonoaudiologia há 21 no Estado. Ela também fez declaração apaixonada à área em que atua: “Não fomos nós que escolhemos a Fonoaudiologia, mas ela que nos escolheu. É um caminho sem volta de amor, um casamento com o fazer diário, cuidando do amor da vida do nosso próximo”, disse.
A dra. Elaine, no entanto, apesar de afirmar que “a Fonoaudiologia Hospitalar que está crescendo muito”, fez a ressalva de “a Fonoaudiologia do Sono é pouco reconhecida”. Sobre a Fonoaudiologia, disse: “De fato, não podemos esquecer que ela nasceu de um movimento de pessoas dos mais diversos setores da sociedade, que acreditavam na importância da nossa profissão como um bem público. Nasce também do movimento de estudantes que se engajaram em diversas ligas acadêmicas multiprofissionais, inclusive em vários Estados e países, divulgando ainda mais a nossa profissão. É esse movimento de pessoas envolvidas por uma causa nobre que estamos celebrando. É isso que me emociona. Nosso compromisso não é apenas hoje com a Fonoaudiologia, mas de honrar aqueles que pensaram e com esforços imensuráveis, criaram a Fonoaudiologia”.
Ela finalizou a sua participação salientando: “Nossa alegria nesses 40 anos nasce do exercício diário do respeito de diferenças, da construção de saberes e da valorização das diversidades que nos constitui”. “Temos muito para celebrar até o final desse ano, e que outras atividades importantes possam vir a completar a nossa agenda de comemorações. Porque esse espaço ora ocupados por nós já foi de muitos outros que nos precederam, e será ocupado ainda por muitos que ainda virão.”
A Dra. Thais Oliveira, coordenadora do curso de Fonoaudiologia da Escola Superior da Amazônia (Esamaz), externou satisfação em atuar na especialidade: “Profissão tão emocionante! Essa emoção transborda em tudo o que a Fonoaudiologia nos traz, e isso também não só a profissão, mas na formação na academia. Viver a Fonoaudiologia e trazer isso para aqueles que nos cercam: alunos, população, pacientes, colegas. Então compartilhar essa sensação e motivação que é a Fonoaudiologia. É com muita satisfação, emoção e muito amor que deixo aqui essa minha palavra em prol da Fonoaudiologia no Estado. Temos vários avanços, direcionando aquilo que a gente precisa fazer para que tenham mais inserções, políticas públicas, que a gente tenha mais profissionais, melhor capacitação, enfim, mais oportunidade de trabalho. A gente precisa fazer acontecer! Eu me sinto honrada e agradecida por participar dessa comemoração dos 40 anos, e que se torne cada vez mais significativa e reconhecida a nossa profissão”.
O dr. Manoel Gionovaldo Freire, coordenador do curso de Fonoaudiologia da Universidade da Universidade do Estado do Pará (Uepa), agradeceu pela homenagem no Parlamento.
“Foi uma belíssima sessão, que trouxe tanto acrescentou para nós. O reconhecimento do deputado Raimundo Santos foi expresso hoje, ele que tem contribuído imensamente para todos da área de saúde”, atestou. Sobre o curso na Uepa, explicou que foi “o primeiro curso de Fonoaudiologia da região norte de uma instituição pública”, e que “só foi possível graças aos esforços do governo com o apoio da Assembleia Legislativa”. Na sua opinião, o fato mostra “o quanto é importante a atuação de um parlamentar”.
A dra. Andréa Pinheiro dos Santos Abreu fez considerações acerca da atuação profissional e da amplitude que a Fonoaudiologia oferece: “Sou fonoaudióloga, efetiva em dois órgãos públicos, na Alepa, atuando com profissionais da voz, e na Santa Casa, atuando na UTI pediátrica, à beira-leito. Para mim, é motivo de muita alegria estar presente nessa sessão solene em homenagem aos 40 anos da Fonoaudiologia, de proposição do nosso querido deputado Raimundo Santos, que sempre tem nos apoiado com relação à divulgação e o reconhecimento da ciência que é a Fonoaudiologia. Essa ciência que já nasceu lá atrás, há 40 anos, e que tem um campo imenso de abrangência. Atende uma faixa etária desde bebês até idosos, e o nosso Conselho reconhece hoje onze áreas de atuação da Fonoaudiologia, que são as de audiologia, linguagem, motricidade, que enfatiza as funções de sucção, mastigação, deglutição, fonação, área da saúde coletiva, de voz, disfagia, fonoaudiologia educacional nas escolas, gerontologia, fonoaudiologia neurofuncional, fonoaudiologia no trabalho e neuropsicologia. Então o campo de atuação do fonoaudiólogo é imenso!
Por isso que são importantes sessões como a que ocorreu para o reconhecimento e divulgação dessa área que cresce cada vez mais, e somos gratos a todos os parlamentares que apoiaram essa sessão. Os locais da atuação da Fonoaudiologia também são vastos. Vou citar alguns: o fonoaudiólogo está hoje nas clínicas, nos consultórios, em hospitais, em home care [atendimento domiciliar], nos asilos, nas creches, nos berçários, nas instituições de ensino, trabalhando com pesquisa, com ciência, na gestão de serviços, nas empresas, emissoras de rádio, televisão, indústrias, enfim: são muitos os locais que o fonoaudiólogo pode estar atuando.
E o nosso objetivo maior com a atuação fonoaudiológica é levar amor ao nosso paciente, afeto, é levar qualidade de vida conforme a Constituição preconiza no artigo 5º, que cita sobre o direito à vida, todos temos direito à vida, e vida com qualidade, e é isso que nós buscamos aos nossos pacientes”.
Convidados que fizeram parte da mesa oficial
• Dr. Nelson Furtado Santos – Vice-presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia da 9ª Região.
• Dra. Isabela Guedes Pereira da Silva – Fiscal do Conselho Regional de Fonoaudiologia 9ª Região.
• Dra. Elaine Cristina Gemaque de Matos Paiva – Representante do curso de Fonoaudiologia da Universidade da Amazônia (Unama).
• Dra. Thais Oliveira – Coordenadora do curso de Fonoaudiologia da Escola Superior da Amazônia (Esamaz).
• Dr. Manoel Gionovaldo Freire Lourenço – coordenador do curso de Fonoaudiologia da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Fonoaudiólogos homenageados
• Dra. Andréa Pinheiro dos Santos Abreu
• Dra. Edrizia Rabelo.
• Dra. Francisca Araújo.
• Dra. Socorro Machado.
• Dra. Márcia Salomão – Será representada pela Dra. Andréa Pinheiro dos Santos Abreu.
• Dr. Roberto Sávio de Assunção Bastos.
• Dra. Neyla Lara Arroyo Mourão.
• Dra. Luzianne Oliveira – Terá como representante o Dr. Manoel Gionovaldo Freire Lourenço.